Clay e Igor Lago oficializarão desfiliação do PDT na Justiça Eleitoral

Igor Lago e Cley Lago

Blog do Gilberto Léda

Os ainda pedetistas Clay e Igor Lago oficializam, na terça-feira da semana que vem, dia 4 de junho, a saída do PDT. Os dois irão juntos ao Fórum Eleitoral, no Anel Viário, entregar a formalização da desfiliação. Está prevista uma entrevista coletiva após o ato, que ocorrerá às 15h.

O filho do ex-governador Jackson Lago já havia externado a intenção de deixar a legenda. Em encontro com o vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha (PSB), e com o hoje comunista Luiz Pedro, no dia 7 de maio, ele elencou os motivos que o levaram a decidir pela saída da legenda.

“Em toda a minha militância política, o único partido a que fui filiado foi o PDT, das referências históricas de Leonel Brizola, Neiva Moreira, Darcy Ribeiro, Francisco Julião, Jackson Lago e tantos outros […] Neste momento, não há mais esses elementos de luta no PDT”, disse.

Para ele, o PDT tem sido usado como linha auxiliar de partidos com aspirações nacionais mais bem definidas. “Tanto em nível nacional como local o partido deixa de ser protagonista para ser apêndice, sem um projeto nacional e local que ampare as suas pretensões. Um partido que perdeu, inclusive, a sua estatura ética e moral. Deixo o PDT para honrar a  luta dos fundadores do próprio partido. Farei isto, nos próximos dias, numa carta aberta ao povo do Maranhão”, disparou.

Debate

A saída de Clay Lago, por outro lado, foi debatida por quase um mês. Assim que anunciada a decisão de desfiliação de Igor Lago, a viúva de Jackson também chegou a ser procurada para falar sobre o assunto, mas ainda não havia se posicionado, apesar de sempre deixar claro que conversaria com seus mais próximos aliados na sigla.

No inicio do mês de abril, por ocasião do lançamento da revista do “Instituto Jackson Lago”, que completava um ano, ela já mostrava descontentamento com o atual momento da oposição e reafirmava as críticas à forma como se deu a mudança de comando no PDT – Igor Lago chegou a ser presidente de uma Comissão Provisória, mas perdeu muito espaço no partido logo no primeiro ano após a morte de Jackson Lago.

“A minha questão com partido foi de democracia interna. Foi imposta uma direção, tudo veio de cima para baixo e nós não concordamos com essa atitude que foi tomada. Na época do Jackson, as coisas sempre eram discutidas internamente”, disse.

Na ocasião, ela também comentou o “vácuo” existente na oposição após a morte do ex-governador pedetista. “Uma liderança não se constrói da noite para o dia. Isso é uma coisa que vai surgindo e vai sendo cultivada. É difícil, porque a gente tem hoje no país um apagão de lideranças”, declarou.

O vereador Ivaldo Rodrigues – um dos principais aliados do atual presidente estadual do PDT, deputado federal Weverton Rocha – foi o único membro do PDT local a posicionar-se publicamente até hoje sobre a postura de Clay e Igor Lago. Para ele, Jackson foi “um dos homens mais extraordinários” que o Maranhão já teve. “Pena que a herança que ele deixou a sua família foi a mágoa, a dor e especialmente o ranço de uma vida inteira. […] Viva o Jackson e repúdio aos que, como Igor Lago, só dissemina ódio, raiva e rancor”, escreveu em sua página numa rede social, também no início de abril.

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