Rodoviários continuam com paralisação de ônibus nesta segunda-feira

Nesta segunda-feira (31) é o quarto dia de paralisação dos ônibus, os veículos deixaram de circular a partir das 18h. No entanto, em diversas paradas da região central da cidade, antes mesmo do horário anunciado para o recolhimento da frota, O Imparcial encontrou pessoas apreensivas em relação à segurança e dificuldade de deslocamento enfrentada pelos usuários.

Em frente ao Terminal de Integração da Praia Grande, a cabeleireira e microempresária Iraci Martins disse que tinha chegado à capital maranhense na véspera e foi apanhada de surpresa sobre a decisão dos profissionais rodoviários de deixar de circular à noite. “O que vai se fazer sem transporte coletivo em uma cidade deste tamanho? É uma calamidade, porque a população não pode ficar sem ônibus”, comentou ela, inconformada.

Maranhense, mas residindo em São Paulo, Iraci Martins relatou ter apanhado um coletivo no Cruzeiro do Anil, e ao ser interpelada pela reportagem buscava informações junto a outras pessoas no ponto de ônibus sobre as linhas que poderiam levá-la ao Planalto Pingão. Ela informou que estava com medo de seguir andando até o Anel Viário, e ainda considerou a falta de segurança nas ruas para os usuários que teriam de seguir os trajetos a pé, em vista da falta de coletivos.

Sobre a paralisação, a auxiliar de serviços gerais Elivânia Lemos Sodré disse que situação era muito desagradável. Embora tivesse conseguido uma carona do local de trabalho, no bairro Ponta D’Areia, até a Praia Grande, ontem à tarde, ela receava pelos próximos dias, quando teria de sair do serviço à noite para apanhar um ônibus.

Usuária do transporte público de São Luís, Elivânia Sodré afirmou concordar com o direito dos rodoviários em reivindicar melhores condições de segurança, mas igualmente se queixou do sufoco diário de ter de esperar até mais de uma hora pela passagem dos veículos que serviam às linhas dos bairros da cidade – no caso dela, Calhau-Litorânea. “A gente tem que ter coragem para enfrentar [o serviço de transporte coletivo]”, observou Elivânia Sodré, incomodada ainda com a superlotação dos veículos.

No ponto final da linha São Francisco, a fiscal Rose Clenes informou ter recebido a orientação de que o último coletivo sairia às 18h, completando o itinerário normal. Segundo ela, durante o fim de semana, diversos passageiros teriam se dirigido à cabine da empresa no horário de funcionamento para reclamar do estado de paralisação dos rodoviários.

“A população está revoltada, mas a categoria tem que cobrar uma segurança que não tem”, disse Rose Clenes à reportagem, chamando a atenção para o risco de depredação de veículos que eventualmente continuassem circulando após o horário previsto para a suspensão do serviço, como teria se verificado no sábado.

A paralisação dos ônibus foi decidida na última sexta-feira, pelo Sindicato dos Rodoviários e empresários, em razão do aumento no número de assaltos aos coletivos na capital. Desde a decisão, os veículos passaram a ser recolhidos às garagens no fim da tarde, voltando a circular no inicio da manhã. Hoje está prevista uma reunião no quartel do Comando Geral da Polícia Militar (CGPM), no bairro Calhau, para tentar um acordo que leve ao fim do movimento.

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